Uma reflexão feita por um designer gráfico sobre esse dilema que aflige milhares de pessoas das mais variadas áreas em diversos momentos da carreira.
Esse é um dilema daqueles shakesperianos. Se você nunca passou por ele na sua carreira, há grandes chances de passar em algum momento.
Eu pelo menos já passei. E mais de uma vez.
A história é mais comum do que você imagina. Eu trabalhava como designer gráfico, recém-formado na faculdade e percebi que o salário, não apenas o meu, mas dos meus colegas e o que o mercado oferecia, de modo geral, não era tão alto assim. Eu adorava a profissão, mas não podia esperar ganhar muito dinheiro com ela.
Foi a primeira vez que enfrentei esse dilema. Na época acabei optando pelo dinheiro. Fui estudar Marketing e passei a trabalhar com essa área que paga um pouco melhor que o design e oferece mais chances de crescimento.
Os anos passaram e, com salários melhores, dinheiro já não era uma preocupação constante. Porém, após um tempo deixando a área profissional que eu tanto gostava, o design, em segundo plano, comecei a colher frutos indesejados daquela antiga decisão.
Fui ficando mais estressado, ansioso e infeliz com o emprego. O problema não era a empresa ou o trabalho em si. O problema era que eu não fazia mais o que eu gostava. Eu estava num bom lugar, mas não me sentia bem.
Essa foi a segunda vez que o dilema surgiu. Dessa vez optei priorizei o amor. Aceitaria ganhar menos, mas voltando a fazer o que eu gostava.
Entretanto o amadurecimento me trouxe uma certeza: eu não deveria me jogar de cabeça no amor ou correria o risco de passar por tudo de novo e ficar sendo jogado de um lado para o outro nesse dilema como uma bolinha de tênis.
Seja qual for o assunto na vida, é preciso ter equilíbrio.
Com um pouco de planejamento foi possível encontrar um caminho do meio entre o que eu amo fazer e o que me traz mais realização financeira. Foi assim que renasceu a Andarilho Design que hoje é a minha atividade que me traz uma satisfação completa com suas medidas ideais de amor, dinheiro, diversão e estresse.
Conclusão
Nem tanto ao céu, nem tanto ao mar. Esse preceito budista é o guia para a maioria das minhas decisões. No trabalho não poderia ser diferente. Optar pelo equilíbrio pode ser a chave para conciliar felicidade pessoal e sucesso financeiro na sua vida.
Assista ao vídeo sobre esse tema abaixo.
Felipe Perazza é Designer Gráfico, Fotógrafo e Videomaker. Formado em Design pelo Mackenzie, possui especialização em Branding Pelo Senac, em Marketing e Vendas pela Mauá e em Marketing Digital pela Udacity.
Comments